Desenvolve-se o domínio sobre os desejos. Segundo a teoria motivacional de Abrahan Maslow, considerado pai do humanismo na psicologia, o ato de tomarmos o alimento está na primeirae mais básica necessidade do ser humano Na verdade, não é nem considerado fator motivacional, mas somente a base para que as outras necessidades sejam preenchidas e se alcance realização.
Portanto, se refreamos algo tão essencial do instinto, conseguiremos subjulgar as necessidades em favor dos propósitos que temos como maiores. Embora os benefícios adquiridos pelas vias do jejum e penitencia,atinjam a realidade física e também o estado de espírito do homem, Jesus nos ensina que, a essência da intenção dessas práticas de espiritualidade, está na intima comunicação com o Pai e não na ascese para com o próprio corpo ou exercício de autocontrole.
Quando jejuardes, não tomeis um ar triste como os hipócritas, que mostram um semblante abatido para manifestar aos homens que jejuam. Quando jejuares, perfuma a tua cabeça e lava o teu rosto. Assim, não parecerá aos homens que jejuas, mas somente a teu Pai que está presente ao oculto” (Mt 6, 16-18). O Senhor quis estabelecer também no jejum e na penitência uma forma de comunicação conosco, quando Ele deseja nos dar força, fazer revelações ou para nos preencher com sua sabedoria e até como fonte de libertação do mal.
Para obter força: Diante da idolatria dos alimentos impuros, que não eram do agrado do Deus Altíssimo, Daniel propõe ao chefe da casa real, “Rogo-te, faze uma experiência de dez dias com teus servos: que só nos sejam dados legumes a comer e água a beber”. E então, o resultado: “Ao final dos dez dias eles estavam com melhor aparência e corpo mais sádio do que todos os outros jovens que comiam do cardápio do rei” (Dn 1, 12 e 15).
Alcançar revelações: “um oráculo foi revelado a Daniel. Esse oráculo era verídico e anunciava grandes lutas. Daniel compreendeu o oráculo e teve conhecimento do sentido da visão” (Dn 10, 1). A partir de então, Daniel empreende no jejum e penitêmcia como fonte para receber toda a revelação que o Senhor anunciara pelo oraculo. “Naquele tempo, eu, Daniel, fiz penitência durante três semanas. Não provei alimento delicado algum: não passou em minha boca nem carne nem vinho; não me ungi de óleo absolutamente durante o transcurso dessas três semanas” (Dn 10, 2-3). Iniciar e manter um ministério: No início de sua vida pública, antes mesmo de se tornar conhecido “Naqueles dias, ele não comeu nada e, no final, teve fome” (Lc 4, 2).
Após os quarenta dias no deserto “Jesus voltou para a Galiléia, com a força do Espírito, e sua fama se espalhou por toda a região” (Lc 4, 14). Libertação das obras do mal: “Quanto a esta espécie de demônio, só se pode expulsar à força de oração e de jejum” (Mt 17, 20). Nesse período, as vésperas do carnaval, é propício deixarmo-nos inspirar em um propósito de jejum e penitência para a quaresma que já se aproxima. É o tempo determinado pelo Céu, que através da voz da Santa Igreja instruida pelo Espírito Santo, quer privelegiar os efeitos e as graças contidos nestas práticas de espiritualidade.
O noivo não está nesta terra. “Dias virão, porém, em que o esposo lhes será tirado, e então jejuarão” (Mc 2, 20), mas está conosco. Fazer jejum é abrir o coração aos cuidados que Jesus Cristo deseja operar em nós e recordar que um dia Ele voltará e ceiará conosco as suas núpcias. Verdadeiro sentido da nossa quaresma e nossa páscoa.
Maranathá! Vem Senhor Jesus!
Sandro Arquejada - Missionário comunidade Canção Nova
"O que importa é prosseguir decididamente........."Fil 3,16
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